Primeira embalagem monomaterial desenvolvida para reciclabilidade no país marca avanço colaborativo entre indústria e inovação em sustentabilidade

O Brasil acaba de receber a O1NE, primeira embalagem monomaterial de café desenhada desde a origem com foco na reciclabilidade. O projeto, lançado oficialmente em agosto de 2025, representa um marco na transição para a economia circular, unindo ciência de materiais, inovação e colaboração estratégica entre empresas.

Desenvolvida pela Dow e Valgroup, com articulação do Movimento Circular, a embalagem foi adotada pela torrefação premium Catarina Café e Amor. Com foco em sustentabilidade e performance, a O1NE utiliza resinas de alto desempenho que garantem barreira funcional contra umidade e oxigênio, alta resistência mecânica e apelo visual — tudo isso sem comprometer a reciclabilidade.

Segundo Vinicius Saraceni, diretor-geral do Movimento Circular, o novo modelo é um exemplo concreto de como a ciência aplicada pode responder às crescentes demandas por soluções sustentáveis. “A embalagem O1NE é o primeiro modelo pensado desde a concepção para possibilitar a circularidade”, destaca.

A inovação chega para preencher uma lacuna significativa no mercado. Dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) indicam que cerca de 3,3 bilhões de embalagens de café são colocadas anualmente no varejo brasileiro, com 40% no formato de 500g e 60% em 250g — majoritariamente de materiais de difícil reciclagem.

Para Leticia Vanzetto, Gerente de Desenvolvimento de Mercado para Embalagens da Dow, o potencial da O1NE vai além do segmento cafeeiro. “Queremos inspirar outros setores a seguir o mesmo caminho. Essa tecnologia é escalável e adaptável a alimentos, cosméticos e limpeza. É uma plataforma com capacidade para redefinir os padrões de sustentabilidade na indústria de embalagens”, ressalta.

João Alves, Gerente de Inovação da Valgroup, acrescenta que a circularidade precisa estar no centro do desenvolvimento industrial. “Esse movimento para embalagens que favorecem a reciclagem e que foram pensadas desde o início para isso é essencial para reduzir o impacto ambiental do consumo”, afirma.

Com a O1NE, a indústria dá um passo importante rumo à transformação de modelos lineares em circulares, reforçando o papel da inovação colaborativa como motor de uma economia mais sustentável.