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Asahi mira cerveja sem álcool após US$ 20 bilhões em aquisições

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As vendas de cerveja com pouco ou nenhum teor alcoólico se beneficiaram porque as pessoas passaram a gastar mais em bebidas para consumir em casa durante os “lockdowns”

A Asahi quer expandir-se em um mercado que tem surpreendido por mostrar boa resistência ao impacto da pandemia da covid-19: o de bebidas não alcoólicas.

A decisão da Asahi chega depois de uma enorme onda de US$ 20 bilhões em compras de marcas de cerveja nos últimos anos, como a Peroni, a Pilsner Urquell e a Carlton Draught.

No entanto, a covid-19 fortaleceu o foco do consumidor em tudo o que está ligado ao “bom estado de saúde”, de forma que as vendas de bebidas sem álcool subiram durante a pandemia, enquanto o fechamento de bares e restaurantes levou a um declínio nas vendas mundiais de cerveja.

“As não alcoólicas são um bom produto em todos os aspectos”, disse Atsushi Katsuki, executivo-chefe da Asahi desde março, em entrevista. “Ela ajuda a resolver assuntos sociais, nos conecta com novos usuários e mostra o caminho a seguir para nossa lucratividade.”

As vendas de cerveja com pouco ou nenhum teor alcoólico se beneficiaram porque as pessoas passaram a gastar mais em bebidas para consumir em casa durante os “lockdowns” [isolamento total], o que se encaixa na estratégia geral da Asahi de dedicar-se mais a bebidas “premium” de alta margem de lucro.

A mudança também é justificada pelas pressões existentes no Japão, onde as vendas em volume de cerveja estão em queda há mais de 20 anos e o governo endureceu a ofensiva contra o consumo de álcool mais forte.

Na Europa, as vendas das cervejas sem álcool da Asahi em 2020 cresceram 10% em relação ao ano anterior, em parte graças à popularidade de marcas como a Birell e a Peroni Libera — enquanto as de cerveja normal caíram 6%, em termos de volume.

A Asahi informou que até 2030 pretende quadruplicar a proporção das vendas de bebidas não alcoólicas na Europa, em comparação aos 5,1% de 2020.

A empresa, conhecida no Japão por sua principal marca, a Super Dry, lançou um produto chamado Beery, em março, recriando uma cerveja de baixo teor alcoólico usando tecnologia de bebidas europeias que havia adquirido. Até 2025, a Asahi pretende triplicar para 20% a participação de bebidas com até 3,5% de graduação alcoólica em sua carteira de marcas.

“Isso não diz respeito apenas a mudanças no consumo entre os jovens”, disse Katsuki. “Até agora, não fomos capazes de oferecer opções para diferentes circunstâncias para atender pessoas que podem beber [álcool], mas não querem, ou pessoas que querem beber, mas não podem.”

Entre 2020 e 2024, em volume, as vendas de bebidas com pouco ou nenhum álcool deverão crescer 10,7% ao ano nos Estados Unidos, 6,6% no Reino Unido e 6,5% no Japão, segundo a empresa de análise do setor de bebidas IWSR.

Concorrentes como a Anheuser-Busch InBev (AB InBev) e a Heineken também vêm fortalecendo suas linhas de bebidas não alcoólicas.

Muitos analistas, no entanto, vêm adotando uma postura de “esperar para ver” o quanto esses produtos contribuirão para os lucros. O segmento de bebidas com pouco ou nenhum álcool representa menos de 2% que o de bebidas embriagantes.

O lucro operacional da Asahi caiu mais de 30% em 2020, uma vez que a empresa depende muito das vendas em bares e restaurantes.

Katsuki, de 61 anos, assumiu o comando da sétima maior cervejaria do mundo em um cenário de negócios drasticamente mais complicado do que o dos cinco anos anteriores, quando a Asahi gastou bilhões para arrebatar ativos europeus australianos e europeus da AB InBev, como a Grolsch e a Carlton & United Breweries.

A empresa agora descarta qualquer grande aquisição até 2024, ano em que espera ter reduzido seu endividamento líquido para o equivalente a três vezes seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), em comparação ao atual patamar, de seis vezes.

“Estamos discutindo internamente se nosso atual portfólio e presença geográfica são suficientes. Também há a questão se está OK ter apenas cervejas [no portfólio]”, disse Katsuki.

 

 

 

 

 

Fonte: Valor Econômico 03.05.2021 

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