Pesquisadores do projeto GestFruit, coordenado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura, desenvolveram uma embalagem biodegradável para exportação de manga fresh-cut, frutas minimamente processadas, sem casca, sem caroço e prontas para consumo

A embalagem é feita com matérias-primas nacionais. Como o nanocristal de celulose criado a partir da mistura de dois polímeros, também conhecida como blenda polímera. A substância emprega na formulação o amido de mandioca e a fibra de coco.

“Usamos os nanocristais da celulose oriunda de uma fonte que chamamos de resíduo, a fibra de coco, que tem aproveitamento muito menor que a sua real capacidade. Além disso, é uma matéria-prima abundante e de baixo custo, encontrada no Nordeste. E também usamos como fonte a mandioca, igualmente de fácil acesso e barata, o que dá uma valorização regional ao produto”, explicou Bruna Machado, pesquisadora do Senai e líder do projeto.

Com a nova embalagem, a expectativa é atender a demanda do consumidor por praticidade e otimizar o produto para o mercado. Segundo Machado, exportar a manga pronta para consumo imediato é uma oportunidade, já que quando a fruta inteira chega ao exterior, a casca e o caroço são retirados e a manga é cortada.

Os pesquisadores pretendem ainda estender a embalagem biodegradável para a comercialização de outras frutas. Em parceria com a Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), foi desenvolvido um protótipo funcional, que poderá ser fabricado em escala industrial.

Para o coordenador do GestFrut, Domingo Haroldo Reinhardt, pesquisador da Embrapa,  a embalagem “se enquadra nas demandas atuais por produtos ambientalmente corretos, por ser biodegradável, usar resíduos e contribuir para o consumo conveniente de fruta pronta para comer, reduzindo o desperdício. Com essas vantagens, tem boas perspectivas de viabilidade econômica, podendo atrair parceiros da iniciativa privada para concluir o processo de inovação”.

Fonte: Organics News Brasil 06.11.2020