Mercado de franquias cresce 11,4% no 3º trimestre, mostra pesquisa da ABF

Todos os segmentos cresceram, com destaque para Alimentação – Food Service (17,5%), Saúde, Beleza e Bem-Estar (13,7%), Entretenimento e Lazer (12,4%), Alimentação – Comercialização e Distribuição, e Serviços e Outros Negócios (11,8%)
Indicando ter superado a fase de recuperação mais aguda da pandemia, o setor de franquias manteve a curva de crescimento e registrou uma alta de 11,4% no seu faturamento no terceiro trimestre deste ano. É o que aponta a Pesquisa Trimestral de Desempenho realizada pela ABF – Associação Brasileira de Franchising. O estudo mostra que o faturamento do setor passou de R$ 56,256 bilhões para R$ 62,676 bilhões nesse período, comparado aos mesmos meses de 2022. Frente ao terceiro trimestre de 2021, a variação positiva foi quase três vezes maior, de 32,3%. Em relação a igual período de 2020 (início da pandemia), a receita cresceu ainda mais, 42,6%, e comparada a 2019, a alta foi de 32,8%.
Esse desempenho das redes de franquias no período pesquisado se deve, principalmente, ao acúmulo das melhores práticas e dos aprendizados obtidos nos últimos anos, do avanço da digitalização, da omnicanalidade e da adoção de novos formatos, em um ambiente de atividades presenciais consolidado e com a melhora de alguns indicadores macroeconômicos como a taxa de empregos. Desafios como equacionar os compromissos da pandemia, a pressão inflacionária, a dificuldade no acesso a crédito, a complexidade do ambiente de negócios no Brasil e dificuldades na contratação de mão de obra qualificada, no entanto, permanecem.

No acumulado de doze meses, a pesquisa da ABF indica que houve um avanço de 13,3% na receita, que saltou de R$ 204,351 bilhões para R$ 231,584 bilhões. Já entre janeiro e setembro deste ano (YTD, na sigla em inglês), o crescimento foi 13,6% superior ao mesmo período de 2022, dados que atestam o bom momento vivido pelo setor. Para a entidade, estes indicadores apontam que o setor deve encerrar o ano dentro das projeções realizadas: o faturamento deve crescer entre 9,5% e 12%, as operações 10%, as redes 4%, e o número de empregos também 10%. Porém, a ABF está atenta aos cenários internacional e nacional que possam, eventualmente, impactar o setor no 4º trimestre.

De acordo com Tom Moreira Leite, presidente da ABF, “os resultados desse terceiro trimestre corroboram que o setor superou a fase de recuperação mais aguda pós-pandemia e agora foca na expansão efetiva de seus negócios. Mas agora as regras são outras: vendas híbridas, uso mais intensivo de tecnologia, atenção a novos mercados e até operações de fusões e aquisições. Em outros estudos, identificamos também a força de mercados onde o agronegócio é muito presente e a considerável expansão em cidades do interior, principalmente do Estado de São Paulo. Enquanto entidade representativa, continuamos acompanhando de perto o tramite da Reforma Tributária e outros pleitos como a atualização do Simples que podem impactar o ambiente de negócios no País”.
O presidente da entidade completa ainda que “neste cenário de crescimento, queremos incentivar ainda mais as boas práticas do setor e decisões conscientes de investimento, por isso lançamos dois projetos muito importantes: o portal ABF e Sebrae, com conteúdo de capacitação para candidatos a franqueado e franqueados em operação, potenciais franqueadores e franqueadores que estão iniciando suas atividades, e o ABF Academy, com informações para franqueadores, franqueados, parceiros e todos os elos da cadeia de interessados e atuantes no setor de Franchising, aberta a todos e com conteúdos exclusivos para associados ABF. Com isso, esperamos apoiar desenvolvimentos ainda maiores do setor nos próximos anos”.
Com relação ao movimento de abertura e fechamento de operações, o levantamento indicou que foram inauguradas 4,5% mais unidades frente ao terceiro trimestre do ano passado. O índice de encerramento ficou em 1,7%, resultando num saldo positivo de 2,8%. Já os repasses se mantiveram quase estáveis, com um índice de 0,7% ante 0,9% registrado no segundo trimestre do ano passado. Com isso, houve um acréscimo de 11.990 operações de franquias no País no período pesquisado, totalizando 191.346 unidades.
O número de empregos diretos gerados pelo setor no terceiro trimestre de 2023 foi da ordem de 1,645 milhão de trabalhadores.
Todos os segmentos crescem
Nos meses de julho a setembro, como observado nos trimestres anteriores, o estudo da ABF mostrou que todos os segmentos do franchising cresceram. Entre os Top 5, o maior índice foi de Alimentação – Food Service, com alta de 17,5% na receita nesse período. Entre os fatores principais que explicam este desempenho do segmento estão um significativo aumento no número de marcas e unidades, incremento no faturamento médio por operação, o retorno do trabalho presencial e de hábitos sociais interrompidos pela pandemia, além do lançamento de produtos, reformulação e melhorias do cardápio e portfólio.
Saúde, Beleza e Bem-Estar se destacou em segundo lugar, com receita 13,7% maior na comparação entre os meses pesquisados. O segmento registrou aumento na quantidade de redes, operações e um expressivo crescimento do faturamento médio por unidade. Além disso, ele continuou se beneficiando dos cuidados das pessoas com sua saúde, com destaque para as óticas, cuidados estéticos e fitness.
O segmento de Entretenimento e Lazer apresentou o terceiro melhor desempenho, com um índice de crescimento de 12,4%. Um dos mais atingidos pela pandemia, o segmento reportou forte desempenho comercial dos últimos 12 meses, originado da melhora do marketing e de investimentos dos franqueados. Também houve a entrada de empresas novas na parte de eventos e também voltadas ao público infantil e adolescente.
Alimentação – Comercialização e Distribuição (que inclui, por exemplo, supermercados, chocolaterias e lojas de conveniência) ficou em quarto lugar, com 11,8% de alta, tendo como principais razões para o bom desempenho fatores econômicos e de mercado e um maior engajamento nas lojas físicas.
Fechando os Top 5 segmentos que mais cresceram no intervalo pesquisado está Serviços e Outros Negócios, que também registrou crescimento de 11,8% no período. O segmento que emprega o maior número de trabalhadores no País se destacou pela maior demanda por serviços nesse período.


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