Páscoa: coronavírus acelera adoção de multicanalidade

Restrições impulsionam empresas do setor de chocolates a anteciparem descontos, investirem no digital, em delivery e até doarem produtos.
Para atender o período de Páscoa, celebrada em 12 de abril, a indústria de chocolates gerou 14 mil vagas temporárias diretas e indiretas de emprego – linha de produção e pontos de venda -, de acordo com dados fornecidos pela Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), em fevereiro deste ano.
No entanto, por conta de medidas direcionadas à contenção da disseminação do novo coronavírus (Covid-19), a data, uma das mais esperadas pelo setor, não será igual aos anos anteriores, afirma Henrique Campos, professor do Centro de Excelência em Varejo da Fundação Getulio Vargas. As empresas, que iniciam o planejamento para a Páscoa com cerca de 18 meses de antecedência, enfrentam os desafios de continuar a atrair o consumidor e de estimular a geração de trabalhos: “Os empregos estão comprometidos”.
Segundo a associação, “a indústria de alimentos é um setor essencial à sociedade. A informação que detemos é a de que as fábricas dos nossos associados seguem em operação e trabalhando para que seus produtos cheguem às casas dos brasileiros, com todas as precauções para garantir a saúde e a segurança dos colaboradores”. A Abicab afirma que as indústrias estão trabalhando, em conjunto com os pontos de venda, para garantir a organização e a disponibilidade de produtos, além de estarem fortalecendo seus serviços de atendimento via internet e por delivery, a fim de dar aos consumidores uma alternativa de acesso aos produtos.
Marcas como Lacta, Cacau Show, Kopenhagen e Lindt estão intensificando os esforços e investimento em e-commerce e nos aplicativos de venda online, bem como antecipando descontos, para evitar aglomerações que costumam acontecer nos dias que antecedem a data nos pontos físicos e sobrecarga de pedidos digitais.
As empresas também estão investindo em ações sociais. O Outback, por exemplo, doará seus ovos de Páscoa para os mercados de bairro. O projeto permite que os pequenos negócios vendam os ovos da marca e utilizem o valor arrecadado em benefício próprio. Já Lacta, por meio da Páscoa Solidária, dará 500 mil ovos para pessoas em situação de vulnerabilidade. A Cacau Show, por sua vez, tomou a iniciativa de doar R$ 1 milhão para o Governo do Estado de São Paulo. A quantia deve ser direcionada, principalmente, para a compra de respiradores para os hospitais mais necessitados.
Na semana da Páscoa de 2019, de acordo com um estudo da Abicab, encomendado ao Instituto Kantar, 67,3% dos lares brasileiros compraram ou ganharam produtos de chocolate. Os ovos artesanais tiveram penetração em 4,6 milhões de lares, ante 12,4 milhões de casas que compraram produtos industrializados. As compras de mercadorias artesanais concentraram-se naqueles produtos de maior peso – 500 gramas -, enquanto os industrializados, em embalagens menores – 22,3% preferiram os de 251 a 350 gramas; e 18,9%, de 100 a 150 gramas.
Fonte: Meio & Mensagem 02.04.2020

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