Sudeste e Nordeste concentram 70% do tráfego total, enquanto o crescimento é impulsionado por fine dining, lanchonetes e supermercados.
O Instituto Foodservice Brasil (IFB) divulgou os resultados mais recentes sobre o setor de alimentação fora do lar para o segundo trimestre de 2024. Durante esse período, o total de gastos dos consumidores com foodservice atingiu R$ 61,4 bilhões, marcando um crescimento de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior e estabelecendo um novo recorde histórico, de acordo com o estudo CREST (Consumer Eating Share Trends).
O tráfego de visitas totalizou 3,1 bilhões, apresentando uma leve diminuição de 1%. Em contrapartida, o ticket médio aumentou em 4%, chegando a R$ 19,74, o que demonstra uma estabilização em níveis elevados.
O IDF (Índice Desenvolvimento Foodservice) revelou um crescimento de 15,7% nas vendas nominais comparadas ao ano passado. Ao analisar mesmas lojas, o crescimento foi de 12%, indicando uma recuperação sólida em diversos segmentos. O estudo também registrou um aumento de 10,3% nas transações totais. A inflação, medida pelo IPCA, subiu 10,3% em junho de 2024, em comparação com 4,7% em junho de 2023.
Apesar dos avanços, o setor ainda enfrenta desafios significativos, como preços elevados e a diminuição da renda, que têm afetado o consumo fora de casa. O aumento na aceitação das marmitas também está competindo diretamente com o foodservice tradicional.
Desempenho por região e classe
As dinâmicas por classe social mostraram crescimento nas classes A e C, enquanto houve uma redução nas classes B. O Norte apresentou uma tendência sazonal de baixa no tráfego, enquanto Sudeste e Nordeste representaram quase 70% do tráfego total do setor. O Sul e o Centro-Oeste também tiveram um desempenho positivo, com destaque para o Paraná e Santa Catarina, e o Rio Grande do Sul mostrou um desempenho notável em termos de gastos, especialmente em junho.
O CREST analisou o aumento dos gastos e do tráfego em diversos segmentos do foodservice, constatando que quase 80% do crescimento de gastos entre o primeiro e o segundo trimestre de 2024 veio de quatro segmentos principais: fine dining, lanchonetes, supermercados/hipermercados e redes de não empratados.
Embora o tráfego tenha mostrado uma tendência mais fraca, houve um avanço considerável ao longo do primeiro semestre de 2024, com um crescimento mais disperso, o que é relevante para a recuperação do setor neste ano.
“Apesar do resultado histórico, os desafios no tráfego permanecem, especialmente no segmento de fast food, embora as lanchonetes tenham se destacado positivamente. O full service mostrou estabilidade, e o segmento de conveniência teve uma boa performance”, afirma Ingrid Devisate, vice-presidente executiva do IFB.
Os canais de venda permaneceram estáveis, apesar de uma nova queda no delivery. Houve variações ao longo do dia, com crescimento pela manhã e durante o almoço, mas redução à tarde e à noite. Entre os dias da semana, sexta-feira e sábado continuaram a se destacar, enquanto a segunda-feira apresentou uma forte queda.
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