Coop passa a transformar resíduos alimentares em água

Atenta aos problemas ambientais, a Coop implantou recentemente, em uma de suas lojas, um equipamento capaz de transformar os resíduos alimentares em água residual para o descarte no sistema de esgoto, sem prejuízos para o meio ambiente
A ação integra uma das várias iniciativas que compõem a plataforma de sustentabilidade Coop Faz Bem, além de tornar a rede uma das primeiras varejistas a instalar esse biodigestor.
O equipamento fica na loja Joaquim Nabuco, no centro de São Bernardo do Campo (SP), mas a rede já avalia a possibilidade de implantá-lo também em outras unidades. A tecnologia foi importada do Canadá e de acordo com Adalberto Correia dos Santos Júnior, coordenador do Sesmtma (Sistema Especializado em Segurança, Medicina do Trabalho e Meio Ambiente), o biodigestor, chamado de Orca, lança mão de um processo de digestão aeróbica para decompor os alimentos. “O uso dessa tecnologia é parte de um projeto de melhoria no gerenciamento de resíduos que vem sendo implantado nas lojas da cooperativa, desde o ano passado, e que já apresenta resultados para lá de expressivos”, defende.
A Orca traz uma conjunto de benefícios que vão além da redução de custos, como a melhoria no fluxo de trabalho (o equipamento dispensa o carregamento dos resíduos aos coletores da loja e, por tabela, diminui o risco de acidentes); a prevenção de pragas (a eliminação de resíduos na fonte evita sua decomposição no local, reduzindo os odores e a presença de pragas); a redução das emissões de CO2 (com menos resíduos depositados em aterros sanitários, os caminhões de lixo são mantidos fora das estradas, evitando assim emissões de gases de efeito estufa e congestionamentos); a redução de descarte de plásticos (menos resíduo orgânico descartado, menor o número de sacos plásticos usados para acondicionar) e beneficia a natureza, já que a produção de gás metano que ocorre no aterro é interrompida.
A água resultante do processo também flui diretamente pelo encanamento, reduzindo os resíduos orgânicos coletados e transportados diariamente para o aterro sanitário, gerando não apenas a redução de custo para a unidade, mas também uma série de outros benefícios. “O trabalho está baseado na reciclagem, doação e destinação correta”, explica o técnico de segurança do trabalho Leonardo Pimenta, integrante da equipe do Sesmtma e um dos responsáveis pelos projetos de gestão de resíduos. Na prática, significa um olhar mais atento e consciente à tarefa de separação dos materiais. O projeto, que já está em fase de conclusão em 17 lojas, três a mais do que o previsto inicialmente, se estenderá para as demais unidades em 2021. “É um caminho sem volta”, destaca.
Resultados preliminares
Desde o mês de julho do ano passado, 150 toneladas mensais de resíduos orgânicos estão deixando de ser enviados para o aterro. Este número foi monitorado em apenas 14 unidades onde a coleta é feita por empresa particular. Nesse mesmo período, o volume de doação ao Banco de Alimentos e ao Mesa Brasil também aumentou para mais de 100 toneladas mensais, com a melhoria no processo de gestão de resíduos das unidades.
Além disso, o crescimento da reciclagem de resíduos sólidos bateu a marca mensal de 230 mil quilos.
Fonte: SuperVarejo 27.01.2021

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