fabricante mundial de bebidas destiladas, anunciou uma recompra de ações no valor 1,5 bilhão de libras (US$ 1,95 bilhão) e elevou sua meta de margem de lucro, depois de registrar aumento de 25% no lucro anual, antes dos impostos.

A empresa britânica, fabricante das marcas de uísque escocês Johnnie Walker e da vodca Smirnoff, passou por um complicado processo de recuperação de três anos sob o comando de seu executivo-chefe Ivan Menezes. Ontem, a empresa mostrou-se com a confiança renovada e divulgou novas metas para as margens de lucros e economias, além do plano de recompra de ações.

A diretora de finanças da Diageo, Kathryn Mikells, disse que a recompra não vai impedir a empresa de fazer aquisições, como a da tequila premium Casamigos, uma marca cofundada pelo ator George Clooney, anunciada em junho, por US$ 1 bilhão. “Podemos fazer a recompra e ainda ficar com bastante munição para aquisições”, disse.

A forte geração de fluxo de caixa e a melhora dos resultados financeiros levaram a “alavancagem para bem abaixo” do que a empresa almejava, disse Mikells, ao explicar a ideia por trás da decisão de recomprar ações.

A Diageo soma-se às empresas de bens de consumo que lançaram programas de recompra de ações neste ano. Em junho, a Nestlé anunciou que vai recomprar até 20 bilhões de francos suíços (US$ 20,95 bilhões), poucos dias depois de o investidor ativista americano Daniel Loeb ter adquirido participação na maior empresa de alimentos do mundo e defendido uma reformulação na empresa. Já a recompra de € 5 bilhões anunciada pela Unilever em abril foi desencadeada depois de a empresa ter se defendido de uma oferta indesejada de US$ 143 bilhões da americana Kraft Heinz.

O analista Edward Mundy, do banco de investimento Jefferies, comentou a indicação de Javier Ferrán, especialista em investimentos em participações, para presidente do conselho de administração da Diageo. “Prevíamos que o novo chairman Ferrán traria maior rigor nos custos, mas a melhora veio antes do esperado.”

A Diageo anunciou alta no lucro e na receita em todas as suas regiões, apesar de as vendas de vodca nos EUA terem continuado às voltas com mais concorrência, e de a marca Cîroc, uma vodca com sabor de manga, não ter vendido tão bem quanto a versão anterior de maçã.

O lucro, antes dos impostos, somou 3,6 bilhões de libras no ano encerrado em 30 de junho, 25% a mais do que nos 12 meses anteriores, graças em parte a um volume menor de encargos excepcionais e à desvalorização da libra decorrente do plebiscito favorável à saída britânica da União Europeia.

Fonte: Valor