Industrializado e saudável: 6º Workshop de Nutrição Humana MCassab

Evento abordou oportunidades, novos ingredientes e as transformações no consumo e na regulação do setor
Por Estela Mendonça
O Grupo MCassab realizou no dia 26 de novembro, em São Paulo, o 6º Workshop de Nutrição Humana, que teve como tema “Industrializado e Saudável”. Marco Resende, Head de Unidade de Negócios Nutrição Humana do Grupo MCassab, destacou o portfólio da companhia para a indústria de Alimentos, Bebidas, Suplementos Alimentares e Nutrição Clínica; que conta com pré-misturas customizadas de vitaminas, minerais, ingredientes energéticos e funcionais além de um portfólio de aditivos, ingredientes e especialidades para estes mercados.
Resende também ressaltou que o papel da empresa como distribuidora é agregar valor à cadeia produtiva. “Temos que ter eficiência comercial e operacional, mas também trazer informação e inovação e ter inteligência de mercado para realmente agregar valor para a indústria de nutrição humana. Aproveitem este dia e estejam abertos às mudanças no que o consumidor precisa e no que ele busca”.

Marco Resende, Head de Unidade de Negócios Nutrição Humana do Grupo MCassab
Marco regulatório
Após mais de um ano da vigência do Marco Regulatório de Suplementos Alimentares, ainda há muitos desafios e pontos que ainda devem ser tratados. Julia Coutinho, diretora técnica de Assuntos Regulatórios da Visanco, apontou que a morosidade para o andamento da análise de submissões de novos ingredientes é um deles. “Atualmente são 74 ingredientes na fila de análise, sendo que o mais antigo é de dezembro do ano passado”, informou, ressaltando que estão sendo estudadas formas de racionalizar essa fila.
Julia também falou da prorrogação do prazo para contribuições para o Guia de Determinação do Prazo de Validade dos Alimentos para até novembro de 2020 e das atualizações necessárias desde sua publicação, que incluem pontos polêmicos, como falta de clareza em relação à estabilidade e à superdosagem.

Julia Coutinho, diretora técnica de Assuntos Regulatórios da Visanco
Poder das fibras
Luiz Guidorizzi, diretor comercial para a América Latina da Interfiber, uma das principais empresas globais na fabricação de fibras alimentares, entre elas de celulose, trigo, bambu, aveia e cana de açúcar, e que acabou de entrar no mercado brasileiro, com representação exclusiva do Grupo MCassab, demonstrou os benefícios e as vantagens da adição de fibras em alimentos industrializados. “Além dos já conhecidos benefícios do consumo de fibras para a saúde, a fibra alimentar adicionada a massas, pães e outros produtos melhora a textura, a crocância, promove maior vida útil aos produtos e reduz consumo de energia, a quantidade de outros ingredientes e o tempo de cozimento”.
Entre as novidades da empresa está a fibra de maçã, que é produzida com o resíduo da produção de suco. “É uma fibra bem interessante que realça o sabor de produtos frutais”, explica Guidorizzi, que também apresentou a recém-lançada fibra de cacau, fabricada com a casca da semente da fruta, que permite a substituição de 50% do cacau em panificação e recheios, com a vantagem de reduzir custos e contribuir para estabilidade de preço, já que o preço do cacau é bastante volátil.
A empresa também antecipou o lançamento que está sendo realizado na Europa da Super Linhaça, composta de 35% de fibra, 7% de gordura e 35% de proteína. “Temos uma linhaça com baixa gordura com uma proteína ativa na formação de gel e isso é bem interessante para panificação e na área de produtos veganos, pelo aporte de proteína. Estamos apostando muito nesse lançamento”.

Luiz Guidorizzi, diretor comercial para a América Latina da Interfiber
De olho no rótulo
A Anvisa aprovou recentemente mudanças na rotulagem de alimentos, com o objetivo de ser mais transparente com o consumidor, para que ele saiba os ingredientes que está consumindo e possa optar por escolhas mais saudáveis, conferindo também indicações de altos teores de açúcar, sódio e gorduras saturadas. Essas mudanças, que constam no Guia Alimentar para a População Brasileira, entretanto, têm causado algumas dificuldades e dúvidas para as empresas para determinação desses valores nutricionais. “Os critérios de tolerância são compatíveis com cálculos indiretos a partir de tabelas de composição de alimentos?”, questionou Daniela Tomei, diretora da Meta Regulatória, que apontou as divergências levantadas pela indústria e que poderão ter impactos quando as regras deverão valer para fiscalização.
Daniela acredita que ainda haverá muitas discussões para a consolidação do Guia e aconselha que os fabricantes manifestem suas preocupações, notificando a Anvisa sobre as divergências que podem ocorrer na porcentagem das formulações especialmente em relação às exigências mínimas e máximas de alguns ingredientes, que não poderão ultrapassar os 20%. “É bom se manifestar e contribuir com exemplos e análises”.

Daniela Tomei, diretora da Meta Regulatória
O que o consumidor busca
“O consumidor brasileiro lê rótulo sim”, afirmou Monica Simão, gerente de Sucesso do Cliente da Mintel para a América Latina, ressaltando que a informação mais lida é a data de validade, mas que 59% leem a composição de ingredientes. Ela também alertou que o consumidor ainda está confuso sobre o que realmente é um produto saudável. “Ele está interessado nesses produtos, mas não vai saber o que comprar. Precisamos começar a ter transparência com o consumidor e ensiná-lo”.
Segundo Monica, entre os motivos pelos quais os consumidores estão consumindo alimentos e bebidas mais saudáveis, 59% dizem que é pelo bem-estar físico. A perda de peso é o motivo para apenas 26%. “Esta é uma questão que mudou bastante. Além disso, 40% dizem que o exercício físico é mais importante do que fazer uma dieta restritiva para a redução do peso”.
A especialista também ressaltou que o consumidor já tem conhecimento de que sua saúde mental e emocional também está relacionada com a alimentação. A busca de produtos com mais proteínas pelos consumidores mais velhos, que auxiliam no combatem ao estresse ou proporcionam mais energia pela manhã e ajudam a ter um boa noite de sono são algumas oportunidades apontadas pela especialista.

Monica Simão, gerente de Sucesso do Cliente da Mintel


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