Levantamento mostra ainda as informações mais buscadas pelos consumidores na rotulagem e aponta tendências de mercado

Uma bebida pode refrescar, aquecer, acolher e trazer bem-estar. Ela também faz parte de momentos especiais, nos quais nos unimos e celebramos. Em alguns casos, até nos remetem a memórias afetivas. Mas qual é a bebida perfeita? A Oterra, maior produtora global de corantes naturais para alimentos e bebidas e suplementos alimentares fez uma pesquisa no Brasil e em outros cinco países da América Latina para ter essa resposta. No caso dos brasileiros, o levantamento indicou que a bebida perfeita é gelada, sem gás, com sabor suave, gosto doce e baixa acidez. Além disso, a preferência é que seja apresentada na forma pronta para o consumo, sem exigir preparo, e que seja adequada para desfrutar ao longo de todo o dia, preferencialmente em casa, sozinho ou acompanhado de amigos. Para a maioria dos entrevistados, o impacto visual é mais atraente se tiver coloração leve e transparente, disponível em garrafa de vidro.

Conheça a bebida perfeita na concepção dos brasileiros entrevistados:

O estudo ouviu 1,2 mil pessoas, entre brasileiros, mexicanos, argentinos, colombianos, peruanos e costarriquenhos, com o objetivo de constatar comportamentos e hábitos de consumo em relação às bebidas. Além do perfil da bebida perfeita, as escolhas principais do público no Brasil para a rotina diária destacam a água primeiramente, seguida por refrigerantes, sucos e bebidas lácteas. Embora esses itens não fujam muito do trivial, está em curso uma mudança no comportamento, com os consumidores mais exigentes no momento da escolha.

No total, 72% dos brasileiros leem os rótulos no momento da compra e 66% buscam saber o sabor. Informações sobre a quantidade de açúcar são procuradas por 55% e 42% querem verificar os ingredientes naturais na composição da bebida. Ao todo, 30% visualizam dados de quantidade de gorduras e calorias e 28% desejam checar a presença de ingredientes artificiais. Adicionalmente, 19% conferem se o produto na gôndola é clean label.

Para a gerente de Marketing da Oterra para a América Latina, Stella Munhoz, as preferências mudam de acordo com cada região e, até mesmo, a presença de crianças em casa pode mudar o comportamento dos consumidores em relação às bebidas. “Um ponto cada vez mais comum é o consumidor com maiores exigências e critérios para decidir a compra. Nesse sentido, cresce a preferência por produtos bons para a mente e o corpo, que contribuem para o relaxamento, bem como proporcionam aumento da imunidade e bem-estar do organismo. O mesmo acontece com bebidas que proporcionam experiência multissensorial. Paralelamente, há maior busca por bebidas e alimentos de empresas que tenham grande transparência em relação às fontes de matérias-primas e dados nutricionais, entre outras informações”, detalha.

Cores e sentimentos

Um dos pontos reconhecidos mundialmente da psicologia é a associação das cores com sensações e emoções das pessoas, influenciando comportamentos humanos. No caso das bebidas, a identificação desses fatores é muito presente e agrega, ainda, a relação com os sabores. Esses aspectos também foram alvos da pesquisa conduzida pela Oterra. No Brasil, as cores laranja e marrom são consideradas mais atrativas para bebidas. Em direção oposta, preta e violeta são apontadas como as menos atraentes, mesmo com duas das bebidas mais populares, café e refrigerantes de cola, sendo apresentadas na cor preta.

A transparência também transmite mensagens. Os brasileiros conectam líquidos bebidas menos transparentes, com maior turbidez, a bebidas mais naturais e saudáveis, com mais presença de fruta. Já produtos mais transparentes são relacionados a frescor.

A cor laranja, por exemplo, provoca percepção unânime no universo pesquisado nos seis países latino-americanos. A sensação das pessoas entrevistadas em relação a essa cor é de energia e a emoção é felicidade. O sabor associado, obviamente, é o de laranja. Possivelmente, os resultados identificados para essa cor seriam os mesmos se a pesquisa fosse na Europa ou entre norte-americanos.

Outro fator que incide nas percepções é a cultura de cada localidade. Bebidas de cor azul, por exemplo, remetem ao relaxamento e tranquilidade, na maioria dos países analisados, inclusive o Brasil. Entretanto, com relação ao sabor, há uma divisão nas conexões. Colombianos e mexicanos relacionam a sabores doces, enquanto costarriquenhos e peruanos ligam o azul a bebidas de frutas tropicais. Já os brasileiros não souberam atrelar bebidas azuis a um sabor específico.

Outras cores causam impacto muito uniforme. O vermelho gera sensação de prazer e paixão como emoção, associados ao sabor de frutas vermelhas. Por sua vez, o verde também se encaixa nesse perfil de uniformidade. No Brasil e na maioria dos países pesquisados, remete à sensação de frescor e ao estado de calma e tranquilidade, bem como ao sabor de limão. Porém, na Colômbia e México, a sensação associada é de benefícios para o corpo. A cor rosa é unânime em relação ao sabor de morango e à sensação de prazer. Os brasileiros a relacionam às emoções de paixão e amor. Já na Argentina, Colômbia e Peru, a emoção é a de desfrutar o momento.

Já outras cores têm resultados mais heterogêneos. As bebidas amarelas são percebidas pelos brasileiros como sabor de abacaxi, com emoção de desfrute, com sensação de energia. Ainda em relação a essa cor, países como Argentina, Colômbia e Costa Rica tiveram como sensação principal a de uma bebida calorosa e acolhedora. No caso da cor Branca, em todos os países pesquisados, a emoção é a de tranquilidade. Para os brasileiros, a cor traz a sensação de relaxamento e está ligada ao sabor de baunilha, bem como a bebidas de consistência cremosa.

As cores marrom e preta são associadas pelos brasileiros ao café e à sensação de energia. Entretanto, diferem na percepção das emoções. Enquanto bebida marrom traz à nostalgia, a preta remete ao mistério e perigo.

“As pessoas têm, ao mesmo tempo, hábitos muito parecidos e bastante diferentes para o consumo de bebidas. Na relação com as cores, o contexto da cultura popular influencia bastante nas percepções. Obviamente, o impacto visual é primordial”, conclui Stella.