A ascensão dos atacarejos, das lojas gourmet e a popularização do modelo omnichannel marcam a mudança no comportamento de consumo, focado em economia, conveniência e experiência.
O varejo de alimentos no Brasil passa por uma transformação acelerada, com impacto visível na ascensão dos atacarejos, na diversificação das redes regionais e na popularização das lojas de conveniência, que moldam um novo perfil de consumo no país. Segundo o estudo State of Grocery 2024, da McKinsey, a participação dos atacarejos no faturamento do setor cresceu de 27% para 46% em seis anos, enquanto os hipermercados perderam espaço e hoje representam apenas 11% do mercado.
A mudança reflete a busca dos consumidores por economia no essencial e conveniência no dia a dia. Os atacarejos, antes voltados para compras em grande escala, agora fazem parte da rotina de consumidores das classes média e alta, principalmente em áreas urbanas. Redes regionais também aderiram ao modelo, ampliando a oferta e consolidando a presença desse formato. O desafio, segundo o levantamento, é garantir a fidelização. Grandes redes já investem em programas de pontos, logística otimizada e maior diversidade de produtos para manter a atratividade.
Outro fenômeno em crescimento é a personalização no varejo, com redes regionais equilibrando produtos populares e premium para atender nichos específicos. A busca por exclusividade e frescor tem impulsionado o crescimento das lojas gourmet, que já representam 30% do mercado supermercadista, atraindo um público sofisticado. Em paralelo, as lojas de conveniência seguem em expansão, com quase mil novas unidades abertas em 2024, principalmente em áreas metropolitanas. O modelo omnichannel, que integra compras presenciais e digitais, se tornou um diferencial competitivo, reforçando a importância de integrações tecnológicas e geolocalização para atender consumidores que priorizam tempo e praticidade.
O e-commerce alimentar, embora ainda pequeno, cresce rapidamente. Em 2024, mais de sete milhões de lares brasileiros fizeram compras online no setor. Redes que investem na omnicanalidade, com ferramentas de pesquisa e entregas personalizadas, ampliam suas chances de liderança no mercado.
Para Andrea Eboli, estrategista de negócios, fundadora e CEO da oficina de soluções corporativas EDR, a chave para o sucesso está na combinação de conveniência, economia e experiência. “Já foi tempo em que o consumo de alimentos se resumia a compras presenciais. A estratégia vencedora é integrar conveniência, economia e experiência. Cada vez mais, os consumidores valorizam o acesso a diferentes canais, seja na loja, seja pelo celular. Quem investir em entender essas preferências estará preparado para o futuro”, conclui.
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