Cello Camolese, criador da Devassa, lança marca de alimentos veganos

A Amazonika Mundi se destaca por apostar na fibra do caju, usada no preparo de hambúrgueres e almôndegas
No final de 2017, o empresário Cello Camolese Macedo chacoalhou o cenário gastronômico carioca ao inaugurar a grandiosa Casa Camolese. Ocupa a chamada Vila Portugal do Jockey Club Brasileiro, o hipódromo do Rio de Janeiro, que viu sua popularidade declinar a galope nas últimas décadas. O empreendimento de Cello, ao qual se chega pela Rua Jardim Botânico, foi projetado pelo escritório Be.Bo, dos arquitetos Bel Lobo e Bob Neri, e consumiu 11 milhões de reais (um dos investidores é o artista plástico Vik Muniz). O imóvel de tijolinhos à mostra, vigas expostas e paredes de vidro abriga um restaurante, um bar especializado em drinques inventivos e uma fábrica de cervejas artesanais.
Virou um sucesso, talvez similar à empreitada mais conhecida de Cello, a marca Devassa, vendida para a Schincariol em 2007. Sua iniciativa mais recente leva o nome de Amazonika Mundi. Foi derivada da marca Sottile, fundada em 2018, e que tem agora como sócios Thiago Rosolem, Bruno Rosolem, George Braile, João Mayrinck, além de Cello. O foco são produtos 100% veganos. E a foodtech se diferencia por apostar na fibra de caju para dar forma a hambúrgueres, almôndegas e bolinhos que imitam o gosto de carne (estima-se que 675.000 toneladas dessa substância sejam descartadas por ano pela indústria que vive do fruto). No caso dos hambúrgueres, o que confere a coloração avermelhada, “o sangue”, é o extrato de açaí.
A marca também prepara hambúrguer de falafel e de quinoa e três outros bolinhos (com esses dois últimos ingredientes e feijoada). A meta agora é lançar nuggets e kafta, tudo livre de proteína de origem animal, para veganos ou carnívoros dispostos a mudar de hábitos alimentates. “Uma alegria imensa voltar para a indústria, depois da Devassa, com um propósito grande e verdade: saúde, sustentabilidade e sabor”, Cello escreveu em sua conta no Facebook.
Fonte: Exame 23.11.2020

Comments are closed.